Luta contra a violência
Bate-Papo:Patrícia é irmã de Wagner do Santos, sobrevivente da Chacina da Candelária que, ameaçado, hoje vive no exterior.
Entidades de direitos humanos realizaram "a semana em defesa da vida", para lembrar a Chacina da Candelária, em que morreram oito crianças. Um sobrevivente deste crime, Wagner dos Santos, foi também a única testemunha no julgamento que condenou três policiais militares. Tentaram silenciá-lo em outro atentado, e hoje Wagner vive no exterior.
A irmã dele, Patrícia, uma ativista de campanhas contra a violência, luta para identificar os responsáveis pelos tiros que quase mataram Wagner, como você vê na entrevista da Coluna Bate-Papo, com o repórter Edney Silvestre.
Se muitas vezes a vida não é fácil para um adulto, pra uma criança então, que não tem defesas, não sabe se defender, não tem quem a defenda. É muito mais difícil. Esse é o tema do Bate-Papo de hoje. A entrevistada é Patrícia dos Santos.
RJTV: Quantos tiros seu irmão levou?
Patrícia dos Santos: Levou quatro tiros, foi no MAM, o Museu de Arte Moderna e em 1994, no segundo atentado, ele levou mais quatro. São oito, no total.
E quantas cirurgias ele fez desde então?
No total, umas oito. Referente à garganta, ao ouvido, à visão e cirurgias para reconstrução do rosto.
Quais problemas ele tem?
De saúde ele tem saturnismo, que é envenenamento por chumbo, que é uma doença que não tem cura por causa da bala que está alojada na quinta vértebra e o outro pedaço que tem no ouvido e o estilhaço que tem no rosto.
Ele vive na Suíça agora? Como ele está?
Vive na Suíça desde 1995. Já o visitei três vezes. Na época do frio ele tem muito problema de depressão, devidos aos problemas que ele já teve e ao saturnismo que também causa depressão. Destrói o pâncreas, fígado, rins, é uma doença degenerativa que não tem cura.
Como ele conseguiu sobreviver?
Eu acho que foi Deus, não chegou a hora dele. Uma pessoa que leva quatro tiros e não morre é porque não estava previsto para morrer naquele momento. E depois ele ainda levou mais quatro. Não era a hora dele.
Como aconteceu de um lugar ao outro?
Ele estava na rua Dom Geraldo, ele ia comprar cigarro e passou um carro com três pessoas dentro. Abordou ele com mais dois meninos que vinham na frente, colocaram eles no carro, ouve uma discussão dentro do carro e o revolver disparou. Ele tinha 22 anos. E dali pra lá, ele foi deixado no MAM depois que fizeram a Chacina da Candelária. Primeiro ele foi baleado, depois aconteceu a chacina. Em 1994, ele estava na Central do Brasil e uma pessoa chegou com uma foto dele e perguntou: ‘você que é o Wagner dos Santos?’. E ele falou: ‘sou’. Deram quatro tiros nele e deixaram ele lá algemado. Aí ele foi pro Hospital Souza Aguiar. Esse atentado ainda é um inquérito da 4ª DP. Ainda não foi resolvido.
A briga agora está nas suas mãos?
Isso.
Quando uma situação dessa acontece com um membro da família, o que acontece com a família?
Normalmente a família acaba porque você passar por uma violência muito grande, tem que ter estrutura e isso desestrutura a família. Você vai sempre lembrar o que aconteceu. No caso da minha família, como o Wagner não chegou a falecer é uma coisa que não desestruturou totalmente, mas eu conheço várias pessoas que ficaram desestruturadas, que perderam seus filhos.
O que pode ser feito para ajudá-lo?
Eu acho que as pessoas teriam que ter mais consciência, que está faltando e enxergar ele como um cidadão. Enxergam ele como um menino de rua que deveria ter morrido. Mas eu espero ainda que, antes de eu morrer, eu veja que valeu a pena ele ter sido testemunha, ele tentar, porque no Brasil não é fácil ser testemunha.
O Wagner pretende voltar a morar no Brasil?
Ele ainda tem muito medo. Eu acho que ele não tem mais essa esperança. Até que porque ele acha que no país dele, ele é desacreditado. Normalmente o brasileiro se une muito na Copa. Se o brasileiro começar a pressionar para outras coisas, eu acho que daqui uns 10 anos, o país vai estar muito melhor.
Você é otimista?
Sou, por isso que eu não desisto. Sou persistente. Eu venço pelo cansaço.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
No dia 20 de Agosto, sexta-feira, estréia nos cinemas do Rio de Janeiro o documentário
Luto como Mãe.
“ Ignora-se que, para cada marido, cada filho, cada homem morto, existe sempre uma mulher por trás”,
Luis Carlos Nascimento, diretor do documentário.
O longa retrata chacinas cometidas por policiais repercutidas em todo o país e nomeadas como as “Mães de Acari”, “Chacina da Candelária”, “Chacina da Baixada” e outras tão importante quanto essas. Durante quatro anos, Luis Carlos Nascimento acompanhou de perto junto com uma equipe de cinema o drama dessas mães, desde a coleta de depoimentos até os desdobramentos dos casos perante a justiça.
- Assista aqui o Trailer Oficial de Luto como Mãe -
“Luto como Mãe” participou da 14ª edição do Festival Internacional do Rio (2009) - onde concorreu a três prêmios: melhor direção, melhor documentário e melhor filme do júri popular; no Festival Viña del Mar (Chile/2009); no 12ª Festival de Cinema Brasileiro de Paris (França/2010); no 1ª Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa – FESTin (Portugal/2010); na 3ª Mostra Internacional de Cinema em Língua Portuguesa, entre outros.
O documentário "Luto como Mãe" tem a direção do cineasta Luis Carlos Nascimento, produção da TV Zero, Jabuti Filmes e Cinema Nosso. O longa foi realizado em parceria com CES- Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e CESEC- Centro de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e conta também com o apoio da Fundação Ford , IPAD- Instituto Português para o Desenvolvimento, Sebrae/Rj e Fase.
- Aonde assistir ?
Estação Botafogo - Rua Voluntários da Pátria, 88, Botafogo, Rio de Janeiro - Tel: (21) 2266 9952
Horário da sessão: 13h30, 15h e 18h30
Ponto Cine - Estrada de Camboatá, 2300, Guadalupe, Rio de Janeiro - Tel: (21) 3106-9995
Horário da sessão: 14h e 18h
Espaço Cinema Nosso - (a partir do dia 27 de agosto) Rua do Resende, 80, Lapa, Rio de Janeiro - Tel: (21) 2505-3300
Horário da sessão: 14h e 18h
Agende sessões especiais com debates através do número: (21) 2505-3311
Conheça-nos, participe, divulgue.
Site Oficial:http://www.lutocomomae.com/ - Blog Oficial:http://lutocomomae.blogspot.com/
Twitter Oficial: @lutocomomae
--
Andressa Xavier
@andressa_xavier - (21) 7679-4012
www.cineclubecinemanosso.blogspot.com
www.cinemanosso.org.br
YouTube - Vídeos desse e-mail
Luto como Mãe.
“ Ignora-se que, para cada marido, cada filho, cada homem morto, existe sempre uma mulher por trás”,
Luis Carlos Nascimento, diretor do documentário.
O longa retrata chacinas cometidas por policiais repercutidas em todo o país e nomeadas como as “Mães de Acari”, “Chacina da Candelária”, “Chacina da Baixada” e outras tão importante quanto essas. Durante quatro anos, Luis Carlos Nascimento acompanhou de perto junto com uma equipe de cinema o drama dessas mães, desde a coleta de depoimentos até os desdobramentos dos casos perante a justiça.
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“Luto como Mãe” participou da 14ª edição do Festival Internacional do Rio (2009) - onde concorreu a três prêmios: melhor direção, melhor documentário e melhor filme do júri popular; no Festival Viña del Mar (Chile/2009); no 12ª Festival de Cinema Brasileiro de Paris (França/2010); no 1ª Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa – FESTin (Portugal/2010); na 3ª Mostra Internacional de Cinema em Língua Portuguesa, entre outros.
O documentário "Luto como Mãe" tem a direção do cineasta Luis Carlos Nascimento, produção da TV Zero, Jabuti Filmes e Cinema Nosso. O longa foi realizado em parceria com CES- Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e CESEC- Centro de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e conta também com o apoio da Fundação Ford , IPAD- Instituto Português para o Desenvolvimento, Sebrae/Rj e Fase.
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Horário da sessão: 13h30, 15h e 18h30
Ponto Cine - Estrada de Camboatá, 2300, Guadalupe, Rio de Janeiro - Tel: (21) 3106-9995
Horário da sessão: 14h e 18h
Espaço Cinema Nosso - (a partir do dia 27 de agosto) Rua do Resende, 80, Lapa, Rio de Janeiro - Tel: (21) 2505-3300
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010
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